domingo, dezembro 31, 2006

O futuro abre as portas...
...Surge uma nova aurora.
O sonhado amanhã se faz presente.
O amor transcende entre a gente.
O velho rejuvenesce.
Momento mágico de harmonia.
Renascem as esperanças,entre hinos de alegria, sorrisose abraços, lágrimas de emoção.
Há algo de beloe infinito em cada coração!
O passado já diz adeus.
Novidades fluem no ar.
Do nascente ao poente o sopro universal de Deus traz vida nova e faz prosperar.
Vamos agradecer!
Vamos sonhar com dias melhores e acreditar na paz e na fraternidade universal!

segunda-feira, dezembro 25, 2006


Os Reis Magos
Diz a Sagrada Escritura
Que, quando Jesus nasceu,
No céu, fulgurante e pura,
Uma estrela apareceu.
Estrela nova ... Brilhava
Mais do que as outras; porém
Caminhava, caminhava
Para os lados de Belém.
Avistando-a, os três Reis Magos
Disseram: “Nasceu Jesus!”
Olharam-na com afagos,
Seguiram a sua luz.
E foram andando, andando,
Dia e noite a caminhar;
Viam a estrela brilhando,
sempre o caminho a indicar.
Ora, dos três caminhantes,
Dois eram brancos: o sol
Não lhes tisnara os semblantes
Tão claros como o arrebol
Era o terceiro somente
Escuro de fazer dó ...
Os outros iam na frente;
Ele ia afastado e só.
Nascera assim negro, e tinha
A cor da noite na tez :
Por isso tão triste vinha ...
Era o mais feio dos três !
Andaram. E, um belo dia,
Da jornada o fim chegou;
E, sobre uma estrebaria,
A estrela errante parou.
E os Magos viram que, ao fundo
Do presépio, vendo-os vir,
O Salvador deste mundo
Estava, lindo, a sorrir
Ajoelharam-se, rezaram
Humildes, postos no chão;
E ao Deus-Menino beijaram
A alava e pequenina mão.
E Jesus os contemplava
A todos com o mesmo amor,
Porque, olhando-os, não olhava
A diferença da cor ...
BILAC, Olavo. Poesias Infantis. RJ: Francisco Alves. 1929.

Há muito, muito tempo, viveu um homem muito grande e forte mas também muito velhinho. As barbas brancas quase lhe tocavam no peito e o seu cabelo comprido estava em desalinho.
Um dia, Nicolau — assim se chamava ele — sentou-se ao pé da janela a meditar. A certa altura, olhou através da vidraça: lá fora nevava. Era Inverno! Os vários pinheiros do seu jardim estavam cobertos de um manto espesso e branco. Porém, umas pegadas na neve despertaram-lhe a atenção. Um pouco mais adiante, estava um mendigo. Esse pobre homem, que era um sem-abrigo, estava mal agasalhado, descalço e sozinho. Noel, que tinha um coração de ouro, abriu a janela e chamou-o:
— Vem cá, homem! Onde é a tua casa?
— Ah! A minha casa?! Eu não tenho casa.
— E a tua família?
— Oh! Esses… nunca os conheci. Vivia com a minha avó, mas ontem ela morreu, não aguentou o frio deste Inverno…
— Meu Deus! Mas, que vida tão triste a tua! E agora?! Com quem vives? Sozinho?
— Sim, agora vivo sozinho.
— Mas… e ... e não tens frio, mal agasalhado e descalço? Bem que precisas de um par de sapatos, de uma camisola e de um casaco! Vou pedir à minha mulher que te faça uma camisola e vou fazer-te eu próprio um par de sapatos! E sabes que mais? Se quiseres colaborar comigo!
— Oh! Muito obrigado, senhor. Que devo fazer para colaborar consigo?
— Eu vou explicar tudo: a minha mulher andava a dizer-me que eu precisava de um trabalho para me entreter. Eu fiquei um bocado confuso: como poderia eu arranjar um emprego de um dia para o outro? E então, quando te vi, lembrei-me imediatamente de um bom passatempo para nós os dois! E até fazíamos uma boa acção e tudo! A minha ideia era construirmos uma fábrica de brinquedos onde trabalharíamos todo o ano para obtermos os melhores e mais bonitos presentes para oferecermos aos meninos bem comportados no final do ano. Podíamos também dar um nome à data de entregar as prendas. Hummm, pode ser NATAL, em honra da minha mulher Natália.
— O senhor, isto é, o Nicolau tem ideias fabulosas! Para mim o senhor é um verdadeiro santo!
— Oh! Oh! Oh! Não sou nada! Sou apenas o Pai Natal! É um bom nome para quem inventa o NATAL! No NATAL, todas as prendas devem estar prontas. Treinarei as minhas renas para grandes viagens, prepararei o meu trenó e… já me estou a ver a cruzar os céus!!!!! Só tu poderás estar comigo no trenó, para levares o saco com as prendas!
— Mas, Pai Natal, quando é que vai ser o NATAL?
— Oh! Meu Deus! Não tinha pensado nisso! Mas, até pode ser no dia em que nasceu Jesus! Ele ficaria orgulhoso de nós! Portanto o NATAL é no dia 25 de Dezembro! É verdade, como te chamas meu amigo?
— Chamo-me Cristóvão.
— Muito bem, Cristóvão, vamos já contar tudo à minha mulher!Natália ficou encantada com a ideia do marido e prontificou-se logo a chamar todos os duendes empregados para ajudarem na construção da fábrica. Estes adoraram a ideia de passar a trabalhar numa fábrica e empenharam-se mais que nunca na sua construção. Em menos de cinco dias a fábrica estava pronta!
Naquele ano todos os duendes tiveram de trabalhar em velocidade máxima, pois o NATAL estava à porta! Todos os dias a fábrica de brinquedos do Pai Natal recebia dezenas de cartas de todos os meninos e meninas do mundo, a encomendarem os seus presentes de NATAL. A todas as cartas o Pai Natal respondia dizendo que se portassem bem.
E o prometido é devido: os duendes carregaram as prendas até ao trenó e Cristóvão pô-las no grande saco do Pai Natal.
À meia-noite em ponto, o trenó cruzava o céu puxado pelas renas, carregando o saco dos presentes, o Pai Natal, e, claro, Cristóvão!
Ainda hoje, sempre que é a noite de Natal, podemos ver o grande trenó com o Pai Natal e Cristóvão, se olharmos para o céu à meia-noite em ponto …
Ana Onofre, 11 anos, Cartaxo (Adaptado por Vaz Nunes - Ovar)

sexta-feira, dezembro 22, 2006

A todos um Bom Natal
A todos um Bom Natal
Que seja um Bom Natal,
para todos vós
No Natal pela manhã
Ouvem-se os sinos tocar
E há uma grande alegria,
no ar
Nesta manhã de Natal
Há em todos os países
Muitos milhões de meninos,
felizes
Vão aos saltos pela casa
Descalças ou com chinelos
Procurar suas prendas,
tão belas
Depois há danças de roda
As crianças dão as mãos
No Natal todos se sentem,
irmãos
Se isto fosse verdade
Para todos os Meninos
Era bom ouvir os sinos tocar.

segunda-feira, dezembro 18, 2006

domingo, dezembro 17, 2006


A Inês deseja a todos os meninos um bom Natal. Com muitos presentes, muita alegria e muita paz. Beijinhos para todos os amiguinhos que me visitam.

domingo, dezembro 03, 2006



A formiguinha aventureira
Era uma vez uma formiguinha muito curiosa, muito espertinha, muito corajosa e também muito vaidosa. Sempre procurava estar asseada, sempre se vestia diferente das outras formigas, era a mais bonita. Tinha a mania de ficar a mirar-se ao espelho.
Ela era também muito sonhadora. Sonhava em viajar pelo mundo e adorava passear pelo bosque.A rainha Paciência ficava sempre de olho na formiguinha, pois ela era órfã, seus pais tinham morrido de uma morte superpesada, eles foram pisados por uma pessoa de um metro e oitenta e cinco centímetros, e cento e dez quilos, que tinha vindo fazer um piquenique no bosque. A rainha queria educá-la à sua maneira, pois achava que ela tinha uma caídinha pra ser preguiçosa, achava que ela vivia nas nuvens. E quem já viu formiga preguiçosa e sonhadora? A rainha dizia que ela tinha vocação pra ser cigarra. Mas como? Se nem cantar bonito como uma cigarra ela sabia, embora tentasse, mas não tinha jeito, tava mais pra cantiga de grilo do que de cigarra. A rainha Paciência mesmo com toda sua paciência, vivia brigando com ela. Não dava trégua, queria que ela trabalhasse igual as outras formigas. O inverno estava chegando, tinham que encher a despensa com bastante alimento, pois tinha saído no jornal da televisão que esse inverno seria muito forte. Todas as formigas estavam pegando alimento e lenha no bosque. Ela também trabalhava, mas sozinha, pois detestava aquela fila das formigas. Sempre tudo igual, todas se vestiam do mesmo jeito, faziam as mesmas coisas, viviam sempre em fila. E só faziam trabalhar, trabalhar, trabalhar. Ela sempre sonhava e dizia: _Ainda vou ser a rainha das formigas, a primeira coisa que vou decretar será acabar com a fila. Quem já viu tanta fila? Parece bando de abelhas...fila pra pegar folha; fila pra trazer água; fila pra tomar banho; fila até pra ir pra cama. Não aguento mais essa vida de andar uma atrás da outra, não sou vagão de trem, eu hem?! Quero liberdade, quero ser independente, viajar, conhecer o mundo, trabalha-se demais aqui, ninguém brinca, ninguém curte a vida. A rainha passa o dia naquele trono, não coloca nem a cabeça na janela, vivemos todos num formigueiro superapertado, quando entram duas formigas na cozinha, uma tem que sair de ré, pois não dá pra fazer a curva com o corpo. Quando eu for a rainha, tudo vai ser diferente. Então, um dia que estavam todos dormindo, inclusive o vigia do buraco de formiga , ela arrumou sua trouxinha enrolada num lençol e amarrado no pau de vassoura e saiu pelo mundo atrás de aventuras. Quando amanheceu, já estava bem longe do seu buraco. De repente ela viu um coelhinho vindo na sua direção, quase que a atropelava. _ Ei! Olha por onde anda! Quase que você me pisava. _ Desculpa, não te vi. E o que você está fazendo sozinha? Nunca vi formiga andar só. Vocês só andam em grupo, uma atrás da outra. _ Eu sou diferente. Sou orfã. E ainda mais eu detesto a vida de formiga. Não aguentava mais aquela vida de fila, minha vida era uma fila só. Dei um basta a tudo isso, quero ser independente.Sou sozinha no mundo mesmo, como já disse, não tenho família. _ E daí? Conheço um monte de formigas orfãs, não interessa se tem pais ou não, quem manda mesmo é a rainha. Ué...e a sua rainha deixou você ir embora do buraco - quartel? Que rainha mais negligente, sem autoridade, nunca vi disso. Uma revolucionária dentro do buraco e ela não fez nada?.Se você fosse uma formiga do reinado da rainha Ditadurajá com certeza você estaria de castigo na solitária. _ Quem é essa rainha? Nunca ouvi falar. E olha que eu conheço algumas rainhas. Os formigueiros de vez em quando se visitam, temos que estar sempre unidas. Mas essa rainha Ditado...quero dizer Dentadura não conheço. _ Rainha Ditadurajá, formiguinha! Ih... você é meio maluquinha, né? _ Ditadurajá, Dentadura, seja lá o que for... não conheço nem quero conhecer e tenho raiva de quem conhece. Tchau! Estou perdendo meu tempo com voce. _Que formiguinha abusada, eu hem?! Se cuide, tchau! E lá vai a formiguinha Aventureira se aventurar pelo mundo. Ela prestava atenção a tudo que passava: cada árvore diferente, cada pedra, cada flor, só não prestou atenção ao dia que já tava passando, estava quase escurecendo. E aí? Onde ela iria passar a noite? _ Ai...tou ficando com medo, tá ficando escuro. Se pelo menos eu achasse um buraco de formiga. Vai embora medo! Nem vem que não tem! Não tenho medo de nada! Continuou sua caminhada, quando, de repente, começou a escutar um barulho: _ Parece uma batucada, será uma festa? O barulho vem daquele lado, perto da mangueira elegante. O barulho vinha de um formigueiro que ficava embaixo da mangueira elegante. A formiguinha foi devagarinho se aproximando. Ela era tão corajosa que teve a ousadia de entrar no formigueiro. Êta formiguinha danadinha! O que ela viu deixou-a chocada: Um monte de formigas trabalhando com correntes amarradas nas pernas. Formigas velhas, crianças, doentes; formigas que não podiam de forma alguma estar trabalhando. Que loucura era essa que ela estava vendo? Pensou em sair dali correndo, mas não podia fazer isso com aquelas formigas, tinha que ajudá-las de alguma forma, e também estava supercuriosa para saber por que estavam trabalhando de madrugada e daquela forma como priosioneiras. Ela se escondeu atrás de uma saliência do buraco de formiga e conseguiu falar com uma delas. Era uma formiga bem velhinha, bem magrinha, as perninhas eram mais finas do que a mais fina das teias de aranha que podia existir no mundo. A formiguinha Aventureira teve uma pena enorme, teve até vontade de chorar, mas se controlou e perguntou: _ Por que vocês estão trabalhando, se vocês não têm mais condições de trabalhar? Por que até formigas nenêns estão trabalhando? Por que estão trabalhando amarradas? E por que estão trabalhando a essa hora da noite? Eram tantos porquês que a formiga velhinha magricela ficou tonta. _ Primeiro você quer saber o quê? Aliás, antes de responder todas suas perguntas eu gostaria de saber quem é você, e o que está fazendo aqui no buraco-prisão Casa de Detenção Tirana, pertencente ao formigueiro da rainha Ditadurajá. _ Eu estava passando aqui por perto quando escutei um barulho esquisito, então, me aproximei para ver o que era, pensei que estava havendo uma festa, pois o barulho do martelo de vocês parecia uma batucada de samba. Acabei de ouvir falar dessa rainha Ditadurajá. _ É que a gente fica fazendo isso para tentar distrair as crianças, fazemos nosso trabalho em ritmo de samba para elas não ficarem tão tristes, pois como você deve ter percebido somos prisioneiras da rainha Ditadurajá. Quando manda prender alguém que ela acha que fez alguma coisa errada, a família da dita cuja é presa também, por isso que tem aqui velhos, crianças e formigas doentes. Pois a família toda tem que ser presa, independente de idade e de saúde. Mas o que você estava fazendo sozinha na floresta? A sua rainha deixa você sair sozinha? _ Eu fugi do meu formigueiro. Mas a rainha Paciência era um amor de formiga. Eu fugi porque não aguentava mais a vida de formiga. Mas deixa isso prá lá...eu gostaria de ajudar vocês. Eu só vi dois vigias na entrada da prisão, e mesmo assim estavam distraídos jogando dominó, tem mais algum vigia por perto? _ Não. Ninguém se arrisca a fugir. Temos medo, pois o fugitivo vai parar na solitária. _ Mas que rainha cruel! Isso não pode continuar. Irei ajudar vocês.Eu tenho aqui na minha mochila um canivete super amolado, ele corta até metal, irei cortar sua corrente e você me ajuda a cortar das outras. Depois amarraremos os vigias e fugiremos pela floresta, correremos a noite toda e quando amanhecer já estaremos bastante longe. _Mas isso não é certo...temos que obedecer nossa rainha. _ Eu topo e a senhora também, viu dona Graciosa? Muito prazer, eu me chamo Dona Dorinha, escutei toda conversa de vocês. Gostei do seu plano e gostei muito de você, muito obrigada por ter a coragem de nos ajudar. _ Muito prazer dona Dorinha, também gostei da senhora, mas vamos lá, pois temos que aproveitar a noite, e pelo que estou vendo, tem formiga que não vai ter condições de correr, vamos ter que carregá-las, portanto, vamos logo com isso! Depois que todas estavam soltas e os vigias presos, as mais fortes carregaram nas costas as mais fraquinhas e os nenens, e saíram correndo mais rápido do que coelho assustado com bomba de São João. Quando o dia amanheceu, elas já estavam bem longe da prisão. Mesmo assim a formiguinha Aventureira achou melhor as últimas ficarem apagando os rastos, e para se sentirem mais seguras ainda achou melhor atravessarem o rio. A formiga Aventureira pegou um pedaço de pau grande e empurrou pra perto do rio, pediu pra que todas as formigas subissem nele e deixassem a correnteza levá-las para bem longe. Desceram cascatas enormes e foram parar num bosque lindo. Chegando lá a formiguinha Aventureira reuniu todos numa pedra e fez uma reunião. _Bem amigas...graças a Deus conseguimos fugir. Vocês agora são livres. Acho que aqui não tem mais perigo. Jamais a rainha Ditadurajá encontrará vocês aqui, pois estamos bastante longe do seu buraco reinado. E para comemorar vamos catar comidas e bebidas, quem for músico improvise um instrumento, pois vamos fazer uma festança, vamos cantar e dançar para comemorar nossa vitória, e vamos ao grito de vitória! Iupi!!iupi!! E todos gritaram: Iupi!!Iupi!! A festa foi de uma animação tamanha, os outros bichos atraídos pela alegria também participaram, mesmo sem saber o motivo da comemoração. A festa durou o dia inteiro. Quando acabou, todos adormeceram exaustos. Ao amanhecer a formiguinha Aventureira organizou suas coisas para continuar a viagem, então, dona Graciosa com o barulho da formiguinha Aventureira, acordou. _Ué...você vai pra onde? Não vai ficar com a gente? E quem vai tomar conta da gente? Quem vai mandar na gente? _ Vocês agora são livres. Podem fazer com as suas vidas o que quiserem. _ Ei! Acordem formigas! A formiga Aventureira vai nos abandonar! E agora como vamos viver? Todas se levantaram assustadas. _ Você não pode nos abandonar, não faça isso com a gente, senão podemos morrer. _ Calma! Tudo bem. Irei ficar com vocês uns dias até ver que já estão organizadas. Primeira coisa que temos a fazer é um formigueiro. De preferência bem grande e bem bonito. Vou fazer o projeto nessa folha. Ela fez um formigueiro enorme, cada família com seu quarto. Uma piscina, um parque para as crianças, uma salão para dança, um salão para a ceia, ninguém tinha visto um projeto de formigueiro tão bonito. Depois de alguns dias ficou pronto. O formigueiro ficou maior do que pensavam. E ficou de uma beleza estonteante. Todo enfeitado de flores, cada cantinho era mais bonito do que o outro. Dava prazer ficar nesse formigueiro no inverno. Ela ensinou pra elas a dividirem as tarefas de uma forma que ficasse com tempo livre para se divertirem, e não precisava ficar em fila, cada um fazia sua parte, todos faziam suas tarefas com o maior capricho, mas no seu ritmo e cada um com sua vocação. As que tinham vocação para lenhador cuidavam da lenha, as que gostavam de cozinhar trabalhavam na cozinha. E assim a vida do formigueiro era alegria só. Tinha noite que cantavam e dançavam sem parar. Todos viviam felizes, as doentes ficaram com saúde novamente. As velhinhas eram tratadas com respeito. As crianças viviam sorrindo e fazendo suas traquinagens. Os outros bichos do bosque nunca tinham visto um formigueiro tão feliz. Mas um dia a formiguinha Aventureira deu a péssima notícia: iria embora. _Bem, o combinado foi esse, por favor não fiquem tristes. _Nós sabemos, mas você não é feliz aqui? _Nunca fui tão feliz na minha vida. Mas eu tenho que continuar o meu destino. _ E quem foi que disse que o seu destino não é ser rainha desse formigueiro que você mesma criou? Ela se virou para ver quem tinha falado isso com uma voz tão bonita. Era o formiguinha Delírio e realmente ele era delirante, era o colírio de todas as formiguinhas do formigueiro. Ela o achava lindo, forte, trabalhador, mas sempre discreto, calado. Todas ficaram surpresas quando ouviram-no falar assim. E ele continuou: _ Vocês não concordam comigo? Ela já pode ser considerada nossa rainha oficial; aliás desde o início ela tem feito o papel de rainha, e das melhores! Acho que não existe nesse planeta um formigueiro mais feliz. Não passamos o dia em fila, todos nós somos livres, e aprendemos a dividir nosso tempo de uma forma que trabalhamos com prazer e para viver com mais conforto e alegria, e não como os outros formigueiros que vivem para trabalhar. Portanto, desejamos do fundo dos nossos corações que você seja nossa rainha. Iremos respeitá-la como a rainha das rainhas. Todos aplaudiram de pé. A formiguinha ficou toda emocionada. Realmente ela era muito feliz ali. Teve mais aventuras do que nunca imaginou. E principalmente ficou encantada com o discurso do formiguinha Delírio. Ela aceitou toda feliz ser a rainha oficial. Os dias foram passando, ela e o formiguinha Delírio foram se apaixonando e resolveram casar. Convidaram todas as formigas do formigueiro da rainha Paciência. O casamento durou três dias e três noites de festa. O formigueiro da rainha Ditadurajá teve uma revolução e tiraram a rainha Ditadurajá do seu trono. O exemplo do formigueiro da rainha Aventureira foi falado e imitado em todos os formigueiros do planeta Terra e até do planeta Marte. Até as abelhas começaram a imitar a rainha Aventureira. E todas as formigas de todos os formigueiros viveram felizes para sempre.

Com um beijo do tio Gonçalo

Texto
de João pessoa
Para ti princesinha que estas cada vez mais traquinas, uma histórinha só tua. Tu és um raio de sol na vida de todos nós. Trazes contigo alegria, muita energia, muita criatividade. Para ti meu amor a quem amo muito quero deixar o meu beijo de muito carinho.

Era uma vez três meninos pequeninos que eram muito curiosos. Andavam a brincar num jardim colorido com flores de muitas cores, debruado de arbustos verdes, onde os passarinhos trinavam alegremente. A Andreia observava as formigas no seu vai e vem, carregadas de grandes sementes, maiores que elas próprias. A Sofia descobriu um caracol sobre uma folha verde, e chamou pela Andreia: "-Andreia, Andreia, olha o caracol" E voltava a insistir: -"Andreia, Andreia, olha o caracol".
O João, que já tinha aprendido a gatinhar, andava para cá e para lá, a descobrir coisas novas que não se encontravam no seu berço. Era tudo tão grande e tão bonito !!! As grandes árvores que se estendiam no infinito, os pequenos troços de relva, a brisa no rosto...
Enquanto andava nas suas deambulações, encontrou... três pequenas arcas de madeira castanha. Quando a Andreia chegou perto, exclamou, muito entusiasmada: - "Olha, arcas do tesouro!!! O que será que tem lá dentro? Vamos, vamos procurar as chaves para as abrir!!!".
E começaram todos à procura das chavezinhas das arcas. Procuraram por entre os arbustos, por debaixo das pedras, atrás das árvores, por toda a parte, mas nada encontraram. Mas onde é que poderiam estar escondidas as chaves? Continuaram à procura, à procura, à procura... . Resolveram sentar-se, por fim, num tronco de árvore, caído, pois estavam os três muito cansados.
Mal se sentaram, o tronco resvalou e, cabuuum, taralhum, catrapum, pum, pum... deram todos um grande trambolhão! Que grande confusão! Levantaram-se e sacudiram as roupas sujas de terra e de flores. A Andreia foi ajudar o João a sacudir os seus calçõezinhos, enquanto a Sofia repetia: "Caiu, caiu, caiu...", e ria-se. Qual não foi o seu espanto quando viram uma pequena chavezinha azul mesmo no sítio onde tinha estado o tronco. Era ali que uma das chaves tinha estado escondida o tempo todo!!! Uma vez que só havia aquela chave, o melhor era experimentá-la... A Andreia pegou na chave e enfiou-a na fechadura da arca maior. Não servia! Depois foi a vez da Sofia: enfiou a chave azul na fechadura da arca e rodou... Ohhhh! Também não servia... Depois foi o João que pegou na chave e enfiou-a na fechadura da arca mais pequenina, ajudado pela Andreia, claro!!! A Sofia preparou-se para abrir a tampa da arca. Rodaram a chave com muito cuidado. A fechadura deu um estalido suave... e a tampa abriu-se. Espreitaram todos para dentro da arca com muito cuidado...
Dentro da arca estava ... o mar !!! Sim, o mar, com as suas ondas, a sua areia, os peixinhos e as conchinhas. Até tinha um barquinho!!! Dentro do barquinho estava... adivinhem só !!!... Uma chavezinha amarela. A Sofia exclamou: - Olha, olha, Andreia, uma chave... - E ria-se, feliz. E foram as duas abrir a arca do meio. O João ficou a olhar para o mar que estava dentro da arca, fascinado com o vaivém das ondas. De dentro da arca saíam gaivotas, esvoaçando em redor dele.
A Sofia exclamou: " Sou eu que abro!!! " - " 'Tá bem, 'tá bem, abre lá tu..." - disse a Andreia - "O que será que está lá dentro?" A Sofia meteu a chave na fechadura e tentou rodar, mas sozinha não conseguia. - "Ajuda, Andreia, ajuda..." - pediu. A Andreia ajudou-a a rodar a chave. A tampa da arca levantou-se quase como que por magia... As irmãs espreitaram muito devagarinho... Que bonito!!! Conseguia ver-se um campo muito verdinho, salpicado de florinhas coloridas pequeninas. Um riacho muito azulinho saltitava por entre seixinhos redondinhos, e coelhos espreitavam entre os arbustos. No fundo da arca vislumbravam-se umas montanhas com os cumes cobertos por um manto branco de neve. A Sofia chamou: - "Anda, João, anda ver, tão bonito!!! Entretanto, de dentro da arca saiu um passarinho, esvoaçando. - "Olha! " - chama a Sofia - "O piu-piu tem uma chave!" - O passarinho, que trazia uma chave vermelha no bico, esvoaçou até ao ombro da Andreia. Depois, deixou cair a chave no seu colo, levantando voo novamente. - "Olha, a chave da arca maior!!! Vamos, vamos abri-la já..."
Dirigiram-se à terceira arca e tentaram abri-la com a chave vermelha, mas a fechadura não dava de si... Tentaram de todas as maneiras possíveis, mas nada... Sentaram-se, por fim, em redor da grande arca. - "E se espreitássemos pela fechadura? " - perguntou a Andreia. Espreitaram, então, um de cada vez pela fechadura, mas não se via nada, porque lá dentro estava muito escuro. Puseram-se então à escuta, com os ouvidos encostados à arca. Ouviam-se lá muito longe crianças a chorar. De vez em quando ouvia-se: "PUM, PUM, PUM". E as crianças choravam sempre. Os irmão, cá fora, ficaram muito tristes pelas crianças que estavam lá dentro a chorar. "Vamos, vamos tentar abrir a arca novamente, para tirar os meninos daqui! " Tentaram novamente rodar a chave, com toda a força que podiam, mas esta não se movia nem um milímetro. Estavam nesta azáfama quando ouviram o vento a sussurrar:
- "Têm que chamar os meninos que estão lá dentro e pedir que os ajudem a rodar a chave........".
Os três manos começaram então a chamar: "- Venham, venham, ajudem-nos a abrir esta arca, para que possam sair daí."! E alguns meninos treparam até ao buraco da fechadura. Perguntaram lá de dentro:
" - Como? Como é que vamos abrir a arca?"
- "Nós temos aqui uma chave, só não temos força para rodar. Vamos virar a chave todos juntos?" - perguntou a Andreia.
- "Sim, todos ao mesmo tempo!" - responderam os meninos. " 1 - 2 - 3 !!! "
E a chave rodou com estrondo. A arca abriu-se, e os raios de luz invadiram a escuridão. Os meninos espreitaram, esfregando os olhos cheios de lágrimas. Não conseguiam ver, estava muito sol lá fora.
-"Por que é que estão a chorar? O que é que está lá dentro? " - perguntaram os irmãos.
- " Estamos a chorar porque temos fome e medo do escuro. Aqui há guerra e está tudo destruído e poluído. Os adultos deixaram a Natureza morrer e agora já não temos sol para iluminar, nem animais e plantas nem nada para comer.
Os três irmãos disseram: " Nós temos aqui duas outras arcas: uma tem o mar, a outra tem os campos e os montes... . Se os adultos do vosso país pudessem lembrar-se outra vez como é bonito o mundo e a natureza, certamente acabariam com a guerra."
Os meninos de dentro da arca pediram: " - Tragam para aqui as outras arcas. Assim, podemos vê-las também !!! " E os três meninos começaram a puxar as arcas. Puxaram, puxaram, empurraram e puxaram, até ficarem as três muito encostadinhas. Os meninos que estavam dentro da arca bateram palmas de alegria.
"- Vamos, vamos chamar os nossos pais, para que eles possam ver o mar e os campos. Como é tudo tão bonito !!!"
E começaram todos a visitar as arcas, até que já não se ouvia ninguém a chorar. É que no mar e no rio havia muitos peixes para comer, nas árvores muitos frutos para saborear e na terra muitos legumes para cozinhar. Os adultos recomeçaram a construir as suas casas e as crianças a brincar umas com as outras, esquecidas do passado. Tomara que não se esqueçam completamente da guerra e dos seus malefícios, para que não voltem a cometer os mesmos erros...
Com estes pensamentos, os três irmãos foram para casa, porque a mãe os estava a chamar. Quando voltaram ao jardim, um pouco mais tarde, as arcas já não estavam lá e nunca mais as viram. Também não tinha importância, porque no mundo deles ainda havia mar, terra, rios, montes e montanhas; flores de todas as cores, passarinhos com muitos trinados diferentes e outras coisas tão boas.. E um mundo novo a descobrir todos os dias.

Um conto de Célia Ascenso

Beijos do tio Gonçalo

sábado, dezembro 02, 2006


Para ti meu amor enquanto a tua mãe não assumir o lugar dela no blog, por motivos a que deves ficar alheia, no teu mundinho de criança, eu assumo o lugar dela e deixarei para ti histórias e contos neste blog. Tal como disse à tua prima, quero que cresças feliz no teu mundinho de fantasia. Que cada dia da tua vida seja uma descoberta mágica, encantada, feliz.
Não cresças depressa demais meu amor. Cresce ao teu ritmo de sonho e de magia. Inventa as tuas regras, sonha, sê feliz. Tentarei postar todos os dias uma historinha para ti. Para que a tua imaginação se deleite com um mundo onde o bem vence o mal, onde as fadas operam milagres com as suas varinhas, onde o mundo real é cor-de-rosa. Quero que cresças com alegria e felicidade. Sê feliz minha querida, amo-te muito. Beijos do tio Gonçalo